Irritam-me um bocadinho os fulanos que, ficando repousados no seu Olimpo privado a ver onde param as modas, vêm depois, a posteriori, muito pachecopereiramente dizer que
a) "a discussão não está a ser bem colocada por nenhum dos lados", ou que
b) "há excessivo ruído"
c) "ninguém está a ver bem o problema"
d) & etc.
Cada um é como cada qual e as pessoas têm direito a sentirem-se superiores a tudo o que lhes apeteça, desde que não incomodem os outros. O problema surge quando estes superiores profissionais (SP) acabam por tomar partido por um dos lados... só que tardiamente, depois dos outros (os que eles criticam) terem feito o trabalho de sapa, alombado com a saca (porque, embora seja um trabalho sujo, alguém tem de o fazer) de tomar posição pública sobre um determinado assunto.
O segundo problema, e mais grave, é que estes SP não são desguarnecidos de acesso aos media. Pelo contrário, ele são cronistas, ele são bloguers, ele são comentadores, ele são telecomendadores. Ou telecomandados, consoante o ponto de vista.
Gostam apenas de ver primeiro como param as modas.
O exemplo mais flagrante desta doença portuguesa -- à qual poderia chamar cobardia mas, enfim, chamemos apenas pose -- foi um cronista cujo nome não me ocorre que, quando do 11 de Setembro de 2001, levou quatro semanas, quatro, ou seja, uma eternidade, até escrever uns 1200 caracteres sobre o assunto. O argumento para tão serôdio juízo? Estava "de férias na Galiza" (sic).
No actual referendo, era simpático se os profissionais do Nim descessem da Galiza e fossem, pelo menos, com este ar que Deus nos deu, passear até Badajoz.